DOENÇAS DO TÓRAX DEFORMIDADES TORÁCICAS
DEFORMIDADES TORÁCICAS
As deformidades congênitas da parede torácica anterior acometem aproximadamente uma a cada 300 crianças e são originadas por desordens genéticas ainda não completamente conhecidas, caracterizadas pelo desenvolvimento anormal das cartilagens costais.
O pectus excavatum, também chamado tórax em funil, é a deformidade mais comum da parede torácica, representando em torno de 85% a 90% dos casos.
É caracterizado por uma depressão anterior do tórax, simétrica ou não, combinada com um desvio dorsal do esterno e da terceira à sétima costelas ou cartilagens costocondrais. A anomalia pode ser desde um leve desvio anteroposterior até uma severa depressão esternal, que pode se aproximar da coluna vertebral. Alguns pacientes também apresentam assimetria significativa entre os hemitórax direito e esquerdo, resultando na rotação do esterno. Essa deformidade acomete mais meninos (9:1) e geralmente não aparece logo ao nascimento, sendo observada à medida que a criança se desenvolve. Entre as comorbidades associadas estão a escoliose, a doença cardíaca congênita e síndrome de Marfan.
Os sintomas geralmente não são apresentados por bebês ou crianças em idade escolar. No entanto, pacientes adolescentes e adultos podem ter redução da função pulmonar e menor tolerância ao exercício. Em alguns casos, a aparência estética envolve distúrbios psicossociais que requerem terapia comportamental específica.
O pectus carinatum é outra deformidade torácica na região do osso externo, menos frequente que a primeira, que também aparece na infância e tem crescimento progressivo. Na maioria das vezes, é percebido em torno dos 10 anos de idade, acentuando-se durante a adolescência. Essa deformidade pode ou não ser acompanhada de sintomas cardiorrespiratórios. Naqueles indivíduos com sintomas, geralmente são relatados dispneia, palpitação e sibilos, que se acentuam com o exercício. Esses sintomas tendem a desaparecer com a cirurgia corretiva, na ausência de doença associada.